A atividade foi aplicada com estudantes de uma escola pública no município de Curitiba. Necessitei de permissão para aplicação, pois não atuo diretamente com os estudantes da mesma unidade educacional e sim apenas com os alunos de inclusão e com os professores regentes e demais profissionais envolvidos com os mesmos. Apliquei a atividade juntamente com a professora de educação física da escola. Necessitamos de organização quanto ao horário devido aos estudantes com deficiência não estudarem na mesma sala.
Dificuldade - foi quanto ao número de estudantes com deficiência. Para compor a equipe de 6 jogadores para cada lado, tínhamos 4 alunos com deficiência.
Resolução - separamos 2 jogadores especiais para cada lado.
Dificuldade - grau de comprometimento ( essa atividade foi criada para dificuldades mais acentuadas como paralisia cerebral, paraplegia, triplegia ...) Não obstante tínhamos um estudante com quadriplegia.
Estudante (01) / 10 anos - com encefalopatia cerebral não progressiva - PC, com tetraplegia, fazendo uso de cadeira de rodas, faixa abdominal e talas bilaterais, sem movimentos nos membros inferiores e superiores.
Estudante (02)/ 09 anos - com paralisia cerebral com comprometimento nos membros inferiores, fazendo uso de talas canadenses.
Estudante (03)/ 08 anos - com paralisia cerebral com comprometimento apenas no membro superior esquerdo.
Estudante (04) / 09 anos - fazendo uso de próteses nos membros inferiores.
Dificuldade - Como separar os estudantes por equipe se os mesmos apresentam dificuldades tão diferenciadas?
Resolução– Os estudantes 03 e 04 foram divididos em um para cada equipe, visto que tinham os membros superiores preservados e os poderiam utilizar.
Os estudantes 01 e 02 foram divididos em um para cada equipe com adaptação para que fizessem uso da cabeça para tocar os balões. O nº 01 sem movimento dos membros superiores e inferiores e o nº 02 também sem condição para tocas os balões por segurar as talas com as duas mãos fariam os “toques” utilizando a cabeça.
Espaço utilizado:quadra esportiva da escola. Área de jogo : adaptamos a quadra para 6,m x 8,m com altura da rede 1,50m e linha de ataque, 2,m.
Balão - Utilizamos balões usados para brincadeiras em festas com tamanho compatível e colocamos apenas um guizo em cada, devido aos jogadores que fariam os toques utilizando a cabeça.
Jogadores - Os jogadores especiais receberam camisetas com números ímpares e jogadores em vantagem receberam camisetas com números pares.
Primeiro momento
Aquecimento(10 min.) – Deixamos que as crianças jogassem os balões livremente, para familiarização com o espaço e os balões.
2º momento –
Jogo - Através de sorteio (par/ímpar), definiu-se qual equipe iniciaria o jogo. Apenas os jogadores em vantagem fariam os saques. A princípio os mesmos apresentaram dificuldades e foi então solicitado mais um tempo de 10 min. para treino do saque, e após conversação ficou decidido mais um tempo de 5 min.
3º momento –
Reinício do jogo
Após novo sorteio a equipe iniciou com o saque acertando para a equipe adversária. Novamente os jogadores em vantagem apresentaram dificuldades em passar os balões para os jogadores especiais, necessitando de “muitas” intervenções. Com o passar da execução da atividade os jogadores em vantagem foram compreendendo a proposta e passando o balão de forma que os jogadores especiais já conseguissem tocar o balão.
Após várias tentativas (utilizamos duas aulas germinadas), tivemos êxito! As crianças entenderam a proposta. A pontuação foi mais simples que a sugerida, e muitos lances foram aceitos devido as dificuldades da primeira aplicação desta atividade. Os jogadores especiais poderiam tocar duas vezes sem infração de falta. Mantivemos a regra de no máximo dez toques por equipe. O jogo durou muito mais que dez minutos, não obstante todos participaram. O estudante nº 01/com quadriplegia conseguiu tocar com a cabeça, visto que o companheiro de equipe/ jogador em vantagem lançava o balão de forma a facilitar para a atuação do estudante n° 01. O estudante nº 02/ com talas canadenses após um período da atividade entendeu bem e conseguiu tocar o balão fazendo uso da cabeça. O estudante n° 03 fez uso do membro superior direito, sem demais dificuldades também após treino e o estudante n° 04, fez uso das duas mãos. A professora de educação física comprometeu-se a dar continuidades na proposta em outros momentos.
Considero a atividade inclusiva, por se tratar de variações de práticas de atividades físicas para os deficientes, contando com a participação de estudantes com e sem deficiência. É claro que houve uma equipe vencedora, todavia refletimos que por se tratar de uma atividade inclusiva, todos ganhamos.