- ESTRATÉGIAS DE ENSINO DE HABILIDADES SOCIAIS
- Natalie Brito Araripe
- Algumas estratégias de ensino para a formação de classes relevantes de algumas habilidades sociais:
- cumprimentar,
- brincadeira social,
- autorregulação,
- conversar e tomada de perspectiva.
- Falaremos de cada classe de comportamentos, trazendo alguns exemplos de estratégias de ensino, para cada um deles. Parte das estratégias abordadas nessas aulas foram retiradas da referência: McKinnon, K., & Krempa, J. (2002). Social skills solutions: A hands-on manual for teaching social skills to children with autism. Different Roads to Learning Incorporated.
- 1. Habilidades de cumprimentar
- São habilidades relativas à apresentação e a formação das primeiras impressões. Dentre os procedimentos que podemos lançar mão para o ensino de habilidades de conversação, estão:
- - Ensino, por meio de modelação ou treino de tentativas discretas, de responder a cumprimentos e cumprimentar alguém, ao chegar no ambiente.
- - Utilização de pistas visuais e textuais (como o “oi” escrito na mão).]
- - Estruturação de oportunidades de cumprimento para a generalização das habilidades.
- - Ensino da discriminação e emissão de habilidades não verbais que acompanham os cumprimentos, como o sorriso social.
- - Reforçamento diferencial para cumprimentos diferentes em cada contexto.
- 2. Brincar social
- O brincar é uma importante cunha comportamental, pois permite acesso a novas contingências, muitas delas sociais. Brincadeira social envolve interação com outros (adultos e crianças) e o reforço é socialmente mediado pelas pessoas. Alguns comportamentos mais avançados de brincadeira social incluem interpretação de papéis, brincadeira imaginária e jogos de tabuleiros, todos envolvendo comportamento verbal (Martone, 2017. p. 52). Após ensinar a criança a brincar sozinha com brinquedos de causa e efeito, é importante aumentar o tempo da brincadeira e progressivamente inserir situações sociais na agenda. Estratégias de brincadeiras como a mediação de pares, videomodelação, treino de comunicação funcional, inserção e esvanecimento de ajudas e treino incidental são importantes ferramentas para o analista do comportamento. Alguns comportamentos relacionados ao brincar social:
- - Chamar para brincar junto.
- - Pedir para brincar junto,
- - Realizar comentários sobre brincadeiras.
- - Responder a diálogos em brincadeiras de fantasia.
- - Esperar sua vez em jogos.
- - Jogar adequadamente, de acordo com as regras.
- 3. Autorregulação e autoconhecimento
- Habilidades de autorregulação permitem o enfrentamento de contingências aversivas e a prevenção de comportamentos disruptivos. Envolvem desde a discriminação de sentimentos, de condições nas quais determinado comportamento ocorre e no uso de estratégias para acalmar-se. O primeiro passo de qualquer intervenção nessa área é treinar os pais/educadores a identificarem quando e porque os comportamentos disruptivos ocorrem. Esses dados devem ser coletados para determinar as prioridades. Para tanto, a análise funcional é fundamental. A partir da identificação das contingências nas quais determinado comportamento ocorre, é necessário planejar o ensino de uma habilidade nova e apropriada, para substituir a disruptiva. A programação de protocolos de manejo comportamental também é fundamental. Paralelamente a essas estratégias, ensinamos a criança a nomear e identificar sentimentos, se ela possui pré-requisitos para tal. Após a identificação do sentimento, ela aprende a identificar a relação entre evento e sentimento. O ensino de estratégias de calma ajuda a mudar o controle de estímulos da situação aversiva para a respiração ou algum item do ambiente. O ensino dessas estratégias pode ocorrer em treino paralelo aos treinos citados.
- 4. Classe de respostas: conversar
- A classe de respostas chamada “conversa” envolve diversas habilidades verbais (principalmente intraverbais) relacionadas a iniciar e manter um diálogo. Há muitas habilidades requisitos para se realizar uma conversa. Basta pensarmos que quando temos uma conversa, ouvimos o tom e a entonação da voz, expressões faciais, contexto da fala, interpretação de significados ocultos (ironia, expressões idiomáticas), observamos postura, linguagem corporal... Além de todas as habilidades de prontidão, a atenção compartilhada é um importante pré-requisito para a execução de episódios verbais de conversa. É importante também que a criança responda a comentários simples e faça comentários simples sobre o ambiente. A partir dessas habilidades, podemos ensinar diversas outras, como:
- - Responder perguntas pessoais.
- - Fazer perguntas.
- - Responder perguntas de quem, onde, o que.
- - Responder a perguntas de como.
- - Cumprimentar, fazer um comentário e fechar uma conversa.
- - Fazer e responder perguntas do dia-a-dia.
- - Comentar, responder perguntas e enumerar itens relacionados a função, característica e classe de estímulos.]- Descrever características de tópicos de interesse.
- - Fazer perguntas sobre tópicos de interesse.
- - Ensinar a criança a se interessar pelos interesses e desinteresses de outras pessoas.
- 5. Tomada de perspectiva
- Finalizamos abordando uma habilidade importante e prérequisito para empatia. Para entender o conceito de tomada de perspectiva na análise do comportamento, convidamos você a fazer a leitura do texto complementar desse módulo, que explica o fenômeno sob a ótica da Teoria das Molduras Relacionais. Para a Teoria das Molduras relacionais, a Teoria da Mente é uma dimensão do comportamento de tomada de perspectiva. Pelo ponto de vista da TMR, os comportamentos de tomada de perspectiva são molduras relacionais que explicam como relações dêiticas espaciais, temporais e interpessoais entre um organismo e outros organismos e eventos ambientais são estabelecidos e mantidos. Esse comportamento é observado como um constructo multidimensional que permite a interação entre aspectos diversos como cognição, visão e emoção. Além disso, não só permite a avaliação do repertorio verbal momentâneo, mas também um desenvolvimento em termos de complexidade desse repertório (Almeida, Silveira e Aran, 2017, p. 106) Dessa forma, para o ensino da tomada de perspectiva, precisamos ensinar as relações dêticas: espaciais, temporais e interpessoais entre o sujeito e outros sujeitos ou ambiente. O ensino de relações interpessoais começa desde a noção do eu e você, noções complexas de eu e você, como as revertidas (se eu fosse você e você fosse eu...). O ensino de relações temporais vai desde a compreensão da diferença entre agora, antes e depois, até relações mais complexas, como relações revertidas envolvendo tempo (ex.: ontem eu estava jogando bola e hoje eu estou estudando. Se ontem fosse hoje e hoje fosse ontem, o que eu estaria fazendo ontem?). O ensino de relações espaciais, por usa vez também abrange relações simples de espaço, como aqui e ali até relações também revertidas de espaço. É importante, ao ensinar tomada de perspectiva, ensinar nomeação de emoções, utilização de jogos programados para o ensino de adivinhações de perspectiva, videomodelação para o ensino de causa e efeito e jogos entre pares, dentre outras estratégias planejadas para o ensino dessas relações dêiticas.
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