Alexitimia é um conceito relativamente pouco divulgado que diz respeito à marcante dificuldade em verbalizar emoções e descrever sentimentos, bem como sensações corporais. Um dos principais sintomas é a confusão entre sensações e sentimentos, e grande dificuldade em expressar os sentimentos através de palavras. O alexitímico costuma relacionar suas sensações físicas aos seus sentimentos. Por exemplo, após sofrer um duro golpe emocional, o alexitímico irá reclamar de dor de cabeça ou fadiga, mas não saberia relatar de forma clara o que realmente sentiu.
Alexitimia também é muitas vezes confundido com falta de empatia.
No autismo, um dos mitos persistentes é o de que pessoas autistas não sejam empáticas. Não é verdade. Autistas são empáticos e reconhecem emoções, só que muitas vezes de um jeito diferente da maioria das pessoas.
Há uma linha tênue entre Autismo e Alexitimia. O último é percebido na dificuldade em processar e discernir emoções, na pouca fantasia e pouca identificação do que se passa no seu interior.
Cerca de 10% da população, como um todo, tem Alexitimia. Cerca de 50% da população autista também possui Alexitimia.
Pesquisadores apontam semelhanças em ambos, mas não são interdependentes. Autismo também acontece sem Alexitimia e Alexitimia pode acontecer sem autismo. Isso pode, sim, explicar o porquê de alguns autistas encontrarem problemas com as emoções enquanto outros não.
O autismo é associado, entre outros, à dificuldade em reconhecer as emoções de outras pessoas. Esta é uma característica suposta, praticamente, por todo mundo, apesar da parca comprovação da Ciência. No entanto, em 2012 e 2013, estudos sobre Alexitimia, sim, associaram problemas no reconhecimento das emoções.
O reconhecimento de uma determinada emoção facial depende da informação captada através dos olhos e da boca – movimentos sutis que indicam se alguém está triste, zangado, alegre, etc. Pessoas autistas geralmente não costumam manter contato visual, fazendo com que possam ficar limitadas nesse reconhecimento. Pesquisas apontaram, ademais, que pessoas autistas, com ou sem Alixitimia, levam menos tempo olhando para a face de outra pessoa.
No momento só há um teste de auto-avaliação para facilitar o diagnóstico e qualificar a alexitimia: a Escala de Alexitimia de Toronto (Toronto Alexithymia Scale ou TAS-20). No Brasil, a utilização e aplicação de testes psicológicos são restritos, e considerados atos privativos dos psicólogos.