- Uma das características que definem o Transtorno do Espectro Autista é a presença de dificuldades na comunicação social. Tais dificuldades variam desde a ausência total de linguagem oral, até à padrões de vocabulário altamente elaborado, porém sem uso adequado nos contextos sociais.As alterações e atrasos de linguagem não são características exclusivas do autismo, porém, estão presentes na maioria dos casos do espectro e podem variar de acordo com o quadro. Apesar dos atrasos estarem presentes também em outros quadros, o que, então, caracteriza a linguagem de um autista?
- No desenvolvimento típico, a comunicação se inicia bem antes da fala. Os bebês rapidamente começam a desenvolver uma habilidade de comunicação não verbal por meio de expressão facial, demonstram suas emoções e procuram por coisas e pessoas próximas da família e com isso aproveitam para manter contato físico com seus familiares. Isso, geralmente, não ocorre com autistas, que demonstram sérios problemas na compreensão, expressão facial e fala. A maior parte das crianças autistas utiliza o modo gestual para se comunicar ou utilizam outra pessoa como ferramenta para conseguir o que desejam.
- Tais atos, apesar de funcionarem, caracterizam uma comunicação bastante elementar. Além disto, uma boa parte das crianças autistas não adquire a linguagem verbal e as que obtêm essa linguagem, apresentam problemas na fala como dificuldade em construir diálogos e se expressar de forma contextualizada. Desta forma, o uso do registro estereotipado é uma característica muito forte no autismo. Apresentamos algumas alterações de linguagem e comunicação no autismo:
- 1.Ecolalia imediata: repete da mesma forma assim que escuta uma fala do outro;
- 2.Ecolalia tardia: ecoam fala de desenhos, propagandas ou frases ditas por outras pessoas de forma descontextualizada em um momento qualquer;
- 3.Não utiliza pronome pessoal: referem-se muitas vezes a si mesmo como terceira pessoa;
- 4.A comunicação aparece através de sinais ou comportamentos:
- a criança autista muitas vezes apresenta comportamentos agressivos por não saber expressar o que deseja;
- Não aponta: quase sempre utiliza a outra pessoa como ferramenta para conseguir o que deseja;
- Dificuldade com narrações: apresenta dificuldades em contar histórias ou em reter informações quando lhe é contado algo; Dificuldade na capacidade simbólica: falha no simbolismo altera o percurso natural da linguagem;
- Sendo assim, destaca-se a importância em detectar as falhas na comunicação em cada indivíduo, bem como traçar um plano terapêutico específico que possibilite a cada um deles maior qualidade de vida, bem – estar social e inclusão efetiva nas relações interpessoais, adaptando-os às situações cotidianas.
- Autoras: Gabriela Castro, Juliana Ribeiro, Luma Fernandes e Marina Franco fonte – projeto amplitude